Vivo num universo de silêncios espessos
onde os olhares são baços
e os gestos são gastos
vendidos por um sorriso fingido que me persegue.
O silêncio é tão forte,
nem som de uma lágrima é permitido.
Tenho “diálogos” com a vontade calada
e choro com ela e sonho e vivo com ela,
sempre em silêncio,
sempre dentro de quatro paredes
no meu coliseu de almas perdidas
onde luto comigo mesmo...
mato-me,
e o meu prémio é estar vivo
para no dia seguinte lutar outra vez…
Pedro Afonso
In "O Gesto do Vento"
(refeito)