quarta-feira, 29 de novembro de 2006

"Vida Bravia"

Tenho poesia presa no peito
pronta a esvoaçar como pássaros coloridos
pintando as folhas nuas da minha alma...
minha tela, meu pensamento imaginado,
mulher de canela sensual
a poesia descreve tuas coxas,
os teus seios, os teus contornos de mulher bravia
tua boca, linda, louca, madura...
endoideces-me com esse olhar de menina atrevida,
fazes rodopiar minha pobre poesia...

Foi naquela noite de lua mãe...
o luar percorreu o teu corpo sem vergonha,
os querubins cantam árias entre os teus cabelos
entre cada curva sinuosa de teu corpo de mulher feita,
perdi horas nessa noite...a olhar para ti...
descobri esses olhos negros, eclipsados,
pérolas negras, enfeitiçadas pela noite e as estrelas...

vi-te como um poeta...
fechei os olhos....e realmente vi-te,
vi todos os sentimentos discretos que rodeiam a tua alma
toda a emoção que brota do teu coração
quase a esta distancia se pode saborear...

Então...como felina selvagem, lenda, mito nunca visto ou provado
desapareces para sempre no mesmo silêncio que te fez nascer...


Pedro Afonso

In "O Gesto do Vento"

(refeito...)
 

2 comentários:

Anónimo disse...

"vi-te como um poeta...
fechei os olhos....e realmente vi-te,
vi todos os sentimento discretos que rodeiam a tua alma
toda a emoção que brota do teu coração
quase a esta distancia se pode saborear..."

lindo demais para poder sequer comentar. bj*

Workshop disse...

Obrigado :)